domingo, 30 de outubro de 2011

O deplorável mundo dos seres humanos

No início, nascemos sozinhos... sábia decisão divina (com exceção dos gêmeos, obviamente)
Até que criamos uma terrível dependência por aquela que foi nossa hospedeira, necessitamos alimentarmos do fluído que ela produz...
Após, somos obrigados a nos integrar em grupos sociais, principalmente aqueles formados na escola, ter contato com pessoas que te darão apelidos e serão responsáveis por 70% de seus traumas.
Visto que seu crescimento encontra-se em adiantado estado, chega a oportunidade de que você escolha um indivíduo para se relacionar amorosamente... seja ele, um homem, mulher ou qualquer tipo de animal.
O problema é quando você se afeiçoa a certas pessoas, não necessariamente em um relacionamento amoroso, mas familiar e o entorno de amigos.
Então você erra, as pessoas erram e você ou as pessoas perdem momentos imprescindíveis da vida trancados em um quarto, enquanto ocorre eventos familiares do lado de fora da casa. O cheiro do churrasco é maravilhoso, mas é uma pena você não poder comer por conta de que sua garganta não aceita engolir mais nada, tamanho o nó que se formou.
Sinto-me uma boneca de pano, costurada e retalhada por situações que não consigo enfrentar
Eu cheguei a uma conclusão: eu odeio profundamente as pessoas e todo o afeto que elas despertam em mim!
Me desculpe se sou falha demais para manter qualquer presença perto de mim.
Tem sido impossível continuar vivendo, eu realmente estou de saco cheio de viver.

domingo, 23 de outubro de 2011

Aos homens...

Sinto saudades daquelas presenças, daquele cheiro constante de perigo, daquelas mãos sempre quentes, do sussurro no ouvido... ah... somente eles sabem ser quem são. Os garotos de minha alma têm um andar peculiar, acolhem-me com um sorriso e um brilho constante no olhar, a todo o timbre que me afeiçoei tramitava uma gramática doce, afagava meu entendimento e eu me sentia em casa.
O encantamento que eles carregam, dão de presente a quem os decifrar, espero ser contemplada com todas as especiarias que vocês, mercadores da liberdade trazem e compartilham de bom grado.
Eles trazem a brisa, que contorna serenamente minha face, refresca meu corpo... o mundo que eles possuem, em nada lembra o pecado pois o profano veio com as mulheres e seus delírios histéricos provindos de seu âmago doentio.
Eu não quero perdê-los jamais porque desde que nasci, toda a formação de meu ser se deu em estado absoluto de paixão por eles, sem ao menos os conhecer.
Aos mestres de minha alma, a quem pertence minha devoção, fica minha reverência, meu profundo amor e meu dobrar de joelhos como símbolo, da minha fidelidade e consideração.

sábado, 15 de outubro de 2011

O deslizar...

Você é a única que sempre será fiel... Gosto quando cuida de mim, me faz feliz e me traz tanta certeza de que posso ter mais de você sempre que eu necessitar. Adoro esta entrega, este pensar desenfreado no teu efeito sobre mim (e que efeito!). Desliza sobre mim meu doce devaneio... Traga-me aquela deliciosa sensação ao visualizar meus pulsos molhados.
Só você me traz a tranqüilidade para permanecer aqui, permaneço porque ainda posso te ter, permaneço porque meu prazer é te entregar minha vida aos poucos... gota a gota...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Carta de despedida

Tudo o que brotará do papel agora, é algo que jamais imaginei compartilhar com as pessoas.  Quero que saibam que em momento algum eu parei de tentar ser uma pessoa melhor, de buscar soluções e fiz com que meus dias de existência valessem ao ajudar todos aqueles que assim como eu, acumulavam uma angústia no peito.
O fato é que desde minha chegada a esta vida, sinto-me deslocada de tudo e de todos, nada me completa realmente... não sou simplesmente um recipiente vazio, mas sim um copo com uma rachadura, que nunca ficará completo de líquido algum.
Tentei fazer parte de todo um contexto, seguindo fielmente as regras sociais estabelecidas antropologicamente por meu clã e demais contatos que surgiram (poucos, muitos poucos na realidade...).
Não fui igual a todos, sempre caminhei em sentido contrário ao da multidão, por conta disso recebi muitas críticas. Eu ouvia com freqüência que deveria ser assim ou assado... todos me incentivavam a ser diferente da configuração inicial de minha personalidade. Eu realmente nunca consegui agradar e chegou a um ponto que parei de tentar.
Todo este universo para mim é semelhante a uma grande televisão, em que sou sempre a espectadora. Sou incapaz de interagir ou oferecer o que as pessoas esperam de mim.
Nos últimos meses me dei conta de que cheguei ao meu limite, tive atitudes extremas, me feri fisicamente e percebi que aos poucos a coragem para sair de cena estava começando a se manifestar.
É difícil colocar toda a minha vida em um pedaço de papel ou então explicar minuciosamente as razões do porquê disso tudo, mas também não queria me desligar dessa existência sem ao menos dar uma satisfação aos que me cercam.
Resumindo minha situação, parto por conta da angústia que carrego, pela minha incapacidade ou impossibilidade de ser feliz, por não conseguir me adaptar a este mundo que desde o início mostrou-se tal qual um labirinto para mim. Despeço-me das pessoas que de alguma forma consegui cativar... quem sabe um dia nos encontremos em outra existência... quem sabe...

Até.