quinta-feira, 14 de julho de 2011

Triste espetáculo

Eu poderia passar o resto da vida falando sobre o que não vou ser ou o que não vou crer... Desperdiçar tempo analisando como poderia ter sido lá atrás, entre outros disparates. Seja como for, meu DNA é inalienável, portanto, não haverá nenhum processo mutacional.
Sempre ouvi falar que a vida era como um palco, que deveríamos cantar e dançar antes que o espetáculo terminasse... de fato a vida é um palco, onde somos eternos atores, fingindo, mentindo, buscando entreter um público que nunca está satisfeito. O fato é que a personalidade consome-se em meio ao que você deve interpretar.
Fico eu encenando uma realidade que não me pertence, com o simples intuito de patrocinar aos que me cercam, um espetáculo tal qual a Hamlet (literalmente: ser ou não ser, eis a questão?).
Esse cenário tem deixado meus pés cansados, sem a mínima vontade de continuar e a estas alturas, já não me importa mais quantos da platéia se levantarão para abandonar o teatro. Eu não quero mais sorrir com os olhos vertendo lágrimas, não quero dançar com meus pés inchados e não quero cantar com minha voz embargada. Mesmo que eu não conserve ninguém e que a solidão seja o preço a pagar por minha originalidade, que assim seja.

sábado, 9 de julho de 2011

Sobre aquela relação

Então sobre aquela relação que se estabeleceu... naquele momento inoportuno, com uma das partes despreparada. É um duo nada convencional, que foge a regra de tudo o que a sociedade se vangloria como concreto.
Nada mais é do que o famoso habitual: começa na boca e termina nos genitais... assim como todo mundo. Então por que o exagero?
E permanece a velha sina medieval, até porque o ser humano sempre foi meio retrô. É de costume, a vó  pensava assim e aquilo se propaga até hoje. Dá muito trabalho mudar, abrir a mente consiste em um árduo esforço.
Tenham em mente que os iguais também se atraem e se completam, mesmo sendo diferentes em personalidade.
Mas não adianta, aquele olhar repressor ainda pousa sobre as mãos unidas.
Depois desta constatação, só resta continuar a começar na boca e terminar nos genitais, ocultando-se do cenário inquisidor deste universo de hipócritas.