sábado, 16 de abril de 2011

Síncope

O grito (seja de ansiedade ou emoção) acaba mais uma vez trancado em minha garganta, acuado pelo fantasma da expectativa. Os pensamentos que tenho, as ânsias, não devem de maneira nenhuma ter efeito nocivo provocado pelo som das palavras impensadas (impetuosas), por mais que eu queira...
Aquela brisa que te contorna, já se faz suficiente a me causar aquelas pontadinhas na carne do peito.
A alma parece que me escapa pelas narinas (vai ver por isso meu corpo pende tanto). De fato, este mutar  desenfreado, deixa-me a saúde consternada. Perco muito de mim neste processo, várias células fenecem, uma desordem no labirinto faz-me ver o quanto já passei do tempo, entretanto mantenho as mesmas sensações da juventude, quem dirá da infância!
De um estímulo assim ao súbito, deixo toda minha construção racional, para sucumbir ao que beira longe da consciência.
Seja assim então, de garganta trancada, com sopro no peito, que eu mergulhe neste conflito, traçando a continuidade de minha vida até o fim de tudo, seja toda esta jornada regada pelo tormento doce e desperto de amar.