sábado, 27 de novembro de 2010

Descaracter

São tantas desconexões... parece até que busco uma situação mais avessa à outra. O pior de tudo é que tenho plena consciência do que estou fazendo. Que persistência mais insana chega a ser besta.
De que adianta estender o tapete vermelho para alguém que vai defecar em cima. É como procurar vida em escombros, nada mais que isso.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Palavra: expressão ilimitada

Cada dia que adentro naquela sala especial, onde todos os corpos conhecem o seu lugar, sinto-me cada vez mais distante daquele mundo. Não consigo comunicar os eventos integrantes da vida através daquela expressão. Meu corpo é calado, teimoso e impenetrável.
Mas eu posso transmitir meus sentimentos e pensamentos pois minha mente me proporcionou um atalho, que vai das sinapses, atravessa o orgânico integrando todos os fluxos e é finalizado no papel.
É no silêncio e na imobilidade, que tudo surge em mim. A introspecção me proporciona mais vivências do que a maleabilidade carnal.
Decodifico imagens e sons, transcrevendo a sensibilidade oculta que os habitam. Não, eu não necessito me mover pois minha essência independe de vibração cinestésica. Sou fisicamente inerte pois a vivacidade que me constitui, não teria viabilidade para se consolidar em movimentos sem me causar dano irreparável, logo, toda a coerência e inconseqüência visceral se mesclam em mim, vindo à tona em condição literária.
O teor de minhas palavras dançam mais que o corpo, o invólucro limitado pela resistência do indivíduo.
Para minha mente, o infinito é só o começo... e a expansão de minhas palavras, embalagem corpórea nenhuma pode abrigar.